Esse trabalho tem o objetivo de apresentar um caso clínico, de uma paciente de 46 anos, no período de adaptação da adoção de uma criança de cinco anos. As dificuldades apresentadas inicialmente eram relacionadas: à vinculação afetiva materna, ao exercício dos cuidados físicos e afetivos com a criança, ao exercício e à percepção do papel materno, aliados a fortes sintomas somáticos. Com a existência de grande desejo de ser mãe, há 15 anos fazia tratamento para engravidar. A adoção não representava um tabu para a mesma. No entanto, a infância vinha à tona com frequência e representava grande parte de seu sofrimento: sua mãe estava com 46 anos quando de seu nascimento e, desde então, fora acometida de enfermidades por toda sua vida, impedindo a realização de cuidados físicos e afetivos para com ela. Foram realizadas 20 sessões de EMDR e as experiências traumáticas da relação mãe x filha, bem como os medos de repetir a história passada, foram processados a uma resolução adaptativa, que permitiram a assimilação de suas lembranças passadas e a incorporação de padrões para experiências positivas, possibilitando a oportunidade de ampliar conexões com redes positivas. As memórias armazenadas que serviam de base para percepção, atitudes e comportamentos foram reprocessadas e, com isso, os sintomas físicos foram extintos, de maneira a permitir que a paciente assumisse uma nova postura frente à maternidade. A percepção sobre sua mãe foi alterada e conseguiu trazer à tona bons momentos de sua infância com a mãe. Também foi reprocessada uma situação relacionada ao perdão mútuo. A paciente hoje vive o processo de maternidade forma saudável e feliz, e 04 meses após o encerramento das sessões, adotou um menino de 03 meses de vida, sem que os sintomas reaparecessem.
Palavras-chave: adoção; maternidade; depressão pós-parto.
Trabalho apresentado no II Congresso Brasileiro de EMDR
Brasília, 15 à 18 de novembro de 2012
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